terça-feira, 28 de maio de 2013

Campinas Abrigará o Museu do Transporte Brasileiro

BLOG Professor Caverna



Um projeto grandioso, que reúne assinaturas de renome em arquitetura e museologia e que tem agora o desafio de arrecadar os recursos necessários para cumprir o cronograma previsto: estar pronto e à disposição do público em dois anos.
O Museu Brasileiro do Transporte prevê de 18 a 20 meses de trabalho intenso até sua conclusão. A criação e implantação do Museu Brasileiro do Transporte está a cargo da FuMtran, Fundação Memória do Transporte, entidade configurada como OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), ligada ao sistema CNT- Confederação Nacional do Transporte.

“Comprometido em levar informação e cultura para a sociedade, um museu é um forte pilar da educação em qualquer comunidade onde esteja presente. Assim como as artes e a literatura, um museu tem o papel de expressar uma cultura e contribuir para disseminar o que uma sociedade construiu ao longo do tempo”, destaca Elza Lúcia Panzan, presidente da FuMtran e gestora do projeto.

O Museu Brasileiro do Transporte nasce com essa missão. Pensado sob a luz do conhecimento e a partir da união dos maiores talentos em museologia, cenografia, história, arquitetura, marketing e gestão do mercado nacional. Único e sustentável, o Museu quer ser um espaço que traduza a complexidade e a riqueza de um setor visceral à economia nacional, o transporte.

O Museu Brasileiro do transporte será construído às margens da Rodovia Dom Pedro I, em Campinas (SP), atenderá a região, São Paulo e demais Estados e é privilegiada, pois está próxima de grandes rodovias, aeroportos e centros regionais do Estado. Para que a primeira fase do projeto ganhe fôlego e seja concluída em seis meses, são necessários cerca de R$ 17 milhões. A conclusão integral do projeto exigirá investimento de R$ 90 milhões, com captação a ser feita junto ao BNDES e com o apoio da iniciativa privada.

Projeto é aprovado na Lei Rouanet, do Ministério da Cultura, e já
pode captar recursos para primeira fase
Na última reunião da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC), realizada em abril, foi aprovado o Projeto de construção do Museu Brasileiro do Transporte nos moldes da Lei Rouanet, lei federal de incentivo à cultura, sob a gestão do Ministério da Cultura. A aprovação pelo MinC é um certificado da qualidade do projeto e um aval aos patrocinadores interessados em alinhar sua marca a um grande e relevante Museu, utilizando parte de seu imposto de renda.

Com isso, o sonho caminha para tornar-se realidade. A partir de agora, pode-se dar início à captação de recursos junto a patrocinadores. Pessoas jurídicas, que poderão direcionar até 4% de seu IR devido à cultura; e pessoas físicas, com 6%; para a execução da primeira fase do projeto de construção e implantação do Museu Brasileiro do Transporte. Esta etapa, com orçamento aprovado da ordem de R$ 10 milhões, permitirá a execução de todos os projetos preliminares de arquitetura e engenharia, a limpeza e preparação do terreno (terraplanagem), montagem do canteiro de obras, obtenção dos alvarás e licenças necessárias à obra, administração, segurança, além da pré-produção de toda a dinâmica de exposição de suas obras (museologia, expografia e museografia). O Museu adotará um modelo inédito de exposição, com a interatividade das obras expostas com o público frequentador, por meio de recursos de multimídia de alta tecnologia. Valorizando a acessibilidade do público em todas as suas dependências, na parte externa haverá um moderno projeto de paisagismo e com total conforto para receber os futuros frequentadores. Também adotará as atuais normas de sustentabilidade e certificação, com valorização e preservação do meio ambiente de seu entorno. O período para execução dessa primeira fase será de 24 meses - de junho de 2013 a maio de 2015.

As fases seguintes serão objeto de novos projetos que serão submetidos oportunamente ao MinC. O Museu será erguido em terreno próprio da Fundação Memória do Transporte – FuMtran, com quase 19 mil metros quadrados, às margens da rodovia Dom Pedro I – km 143, na cidade de Campinas (SP), próximo a importantes rodovias da malha viária do Estado de São Paulo .

Conceito arquitetônico leva em conta ideia de movimento
Criar um espaço único, onde as pessoas possam vivenciar o transporte de maneira interativa, em uma experiência ímpar. Um ambiente limpo, onde a modernidade se expressa nas formas, impactando o visitante, sem roubar o brilho do próprio Museu Brasileiro do Transporte. Ao escritório Athié/Wohnrath coube a missão de desenvolver o conceito arquitetônico do novo museu. A proposta é uma obra que traduza toda a realidade do setor de transportes no Brasil em um terreno urbano, e ainda transformar parte desse espaço em um centro de convenções contemporâneo, flexível, voltado à comunidade, ao mercado e, conseqüentemente, ancorado em bases sustentáveis, de forma a tornar-se rentável. Aço, concreto e vidro conferem ao projeto elegância, força e transparência. O museu Brasileiro do Transporte será um espaço inteligente, moderno, democrático. Todos os aspectos do projeto foram pensados de forma a criar um conjunto que representará os elementos – Água, Terra e Ar, abrigando todos os modais do transporte – terrestre, aéreo, ferroviário e aquaviário.

Museologia - Extraordinariamente grande e complexo. Assim é o universo dos transportes no Brasil. A base para o desenvolvimento de um conceito de museologia é a pesquisa. A partir dela se aprofunda o olhar em aspectos históricos, sociais, culturais, estruturais e econômicos. Cada elemento precisa ser considerado e contextualizado para que se possa chegar a uma linguagem adequada e possa se escolher, então, a partir de que atributos se contará aquela história. Foi preciso elencar pilares dessa informação e organizá-la de forma que o conteúdo apresentado tenha valor, eduque, entusiasme, inspire e represente, com fidelidade, clareza e abrangência, o legado do transporte no Brasil. O desafio dessa etapa ficou para a arte3, escritório formado em que tem em seu currículo projetos como os predicados que o Museu do Transporte no Brasil exigirá: criatividade, contemporaneidade, tecnologia e, acima de tudo, respeito ao visitante.

À frente do conceito museológico, três fortes talentos desta área do país. Os profissionais da arte3, Pedro Mendes da Rocha, responsável pela cenografia -, e curadoria de Ana Helena Curti. Pedro Mendes da Rocha é arquiteto, autor dos projetos arquitetônicos do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, entre outros. Ana Helena Curti tem mais de 20 anos de experiência em assessoria e produção na área de marketing cultural. O conteúdo do Museu do Transporte no Brasil leva a assinatura do renomado professor Fabio Magalhães, museólogo e ex-curador-chefe do Museu de Arte de São Paulo (MASP). Magalhães integra os conselhos da Fundação Padre Anchieta, da Fundação Bienal de São Paulo.

Mais informações para a imprensa:
Di Fatto Central de Comunicação
(11) 5052-3004 – Ana Paula Ignacio – paula@difattocom.com.br
www.difattocom.com.br

quinta-feira, 9 de maio de 2013

A Profissionalização d@ Museólog@ e Museologia Social - Encontro Estadual dos Estudantes de Museologia do RS

Encontro Estadual dos Estudantes de Museologia do RS

Já Estão aberta as inscrições para o Encontro Estadual dos Estudantes de Museologia do RS com o tema A Profissionalização d@ Museólog@ e Museologia Social que irá debater a profissão de museólog@ frente a iniciativas comunitárias em memória e museologia social. 


Agora reflita: 
@Estudante/Museólog@ está apto a trabalhar com Museologia Social?

Os Museus Comunitários Necessitam de Museólogos?

@ Estudante/Museólog@ está apto a trabalhar com políticas públicas?


Inscrições gratuitas para comunicações dia 10, 11 e 12 de maio!


http://www.estudantesmuseologiars.blogspot.com.br/

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Problemas!

Fonte: jdieckmann.blogspot.com 
A expansão da Escola de Música e Belas Artes do Paraná (Embap) em novos projetos e cursos está extrapolando as suas sedes. A falta de espaço físico é um dos limitadores para que o curso superior em Museologia, aprovado em todas as instâncias, seja aberto. “Estamos aguardando um ‘sim’ para a contratação de três professores, porque todo o corpo docente restante nós temos, além de espaço físico para laboratórios”, diz a diretora da escola, Maria José Justino, que frisa ainda que existe um mercado de trabalho amplo para a área no país. “Há uma carência enorme de museólogos no Brasil e no Paraná. Temos três ou quatro profissionais com essa formação no estado.”
Recentemente, um dos professores da escola foi contemplado pela Fundação Araucária para instituir um laboratório de cor – a sala saiu, mas improvisada. “Estamos em uma situação precária. O patrimônio que a escola possui, como pianos e instrumentos caríssimos, está submetido a prédios sem nenhuma segurança.”

Fonte: Gazeta do Povo

Linguajar cuiabano vira patrimônio cultural


Fonte: Cuiabano Rede News

Linguajar e falar cuiabano, ou o ‘cuiabanês’, se tornou Patrimônio Imaterial de Mato Grosso. A Secretaria de Estado de Cultura (SEC) decretou no último dia 22 o registro da forma de expressão como parte das comemorações dos 265 anos do Estado.
Desde então, os fonemas, vocabulário e expressões características da Baixada Cuiabana são protegidos pelo poder público do risco de desaparecimento. A ação foi feita por meio de uma portaria da SEC, já publicada no Diário Oficial do Estado, que visa iniciativas para que a forma de representação cultural tão característica de Cuiabá não se perca no tempo.
A doutora e historiadora Thereza Martha Borges Presotti é professora de História de Mato Grosso na Universidade Federal de Mato Grosso e encarregada da equipe do Projeto Inventário do Patrimônio Imaterial de Mato Grosso. Ela explica que patrimônio cultural não são somente os monumentos e as obras de arte e sim tudo o que carrega a identidade de um povo. “As festas, músicas, danças, os folguedos, as comidas, os saberes, fazeres e falares ou o que é popularmente definido como a raiz de uma cultura.“
De acordo com o texto divulgado no Diário Oficial do Estado, o linguajar cuiabano faz parte da história de Cuiabá e do estado de Mato Grosso, porém tem caído em desuso por grande parte de seus habitantes, permanecendo vivo apenas com os povos mais antigos e moradores ribeirinhos, que buscam preservar a história do sotaque.
A historiadora explica que o “cuiabanês” surgiu através da mistura do português arcaico (trazido por imigrantes do norte de Portugal) com o idioma geral (Tupi-Guarani) em meados do século dezoito, o que criou a tendência cuiabana de trocar o “ão” ao fim das palavras por “on”, por exemplo.
Porém, com o passar dos anos e a constante migração de pessoas do Sul e Sudeste do país, o linguajar foi perdendo força e se tornando motivo de piada da parte dos migrantes. “Ainda hoje o sotaque é por vezes ridicularizado. Mas com o registro, as pessoas vão poder parar de ter vergonha e passar a dar mais valor a algo que define tão bem a cultura local.”
Desde o ano 2000 o decreto 3.551 do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) criou o Programa Nacional do Patrimônio Imaterial (PNPI) e instituiu o Registro dos Bens Culturais de Natureza Imaterial. O PNPI viabiliza projetos de identificação, reconhecimento, salvaguarda e promoção da dimensão imaterial do patrimônio cultural. O “cuiabanês” se junta a outros patrimônios imateriais do estado como a arte de fazer a Viola-de-Cocho e o Cururu e Siriri.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Museologia Brasil de Cara Nova

Manto Tupinambá
 
 
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quarta-feira, 1 de maio de 2013

Um novo olhar sobre a história

Fonte: www.vanhoni.com.br


A criação de 13 cursos impulsionou a profissão no país. Os estudantes têm o desafio de trazer inovação para a área.


Por Marijara Queiroz

Entrevista realizada por Camilla Nyarady




A memória de um país e os principais fatos históricos que marcam a trajetória da nação dependem de alguém para contá-los. Em muitos casos, quem desempenha esse papel é o museólogo. Documentar, coletar, conservar, pesquisar e expor estão entre as funções tradicionais desse profissional, mas o campo de atuação não se limita a isso. As mudanças tecnológicas e sociais estão estimulando alterações também no meio, que se refletem na construção de museus interativos e daqueles voltados à comunidade local, para dar voz à população e ouvir os relatos de moradores. “É esse o caminho da museologia contemporânea: ver-se enquanto uma ciência humana capaz de potencializar os processos que acompanham o movimento da própria sociedade”, relata a professora substituta do curso de museologia da Universidade de Brasília (UnB) Marijara Queiroz. Ela e a estudante do segundo semestre do curso Camilla Nyarady se encontraram no Museu Nacional para conversar sobre a carreira.

Camilla faz parte do grupo de estudantes que se beneficiaram da ampliação da oferta de cursos de museologia no país. Há 10 anos, eram apenas dois, um na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) e outro na Universidade Federal da Bahia (UFBA). Depois da criação da política nacional para museus, foram abertos 13 novos cursos. O reconhecimento da profissão veio alguns anos antes, em 1984, com a Lei nº 7.287, mas continua fortalecendo o campo de atuação. O desafio dos próximos profissionais que entrarão para o mercado de trabalho, como a jovem estudante da UnB, será contribuir para consolidar a atuação dos museólogos e trazer inovação.

Camilla — Como está o mercado de trabalho em nível nacional? Existe carência de profissionais ?
Marijara — O campo de trabalho do profissional museólogo é vasto, sim, e, com o reconhecimento da profissão, amplia-se cada vez mais. Durante muitos anos, existiam apenas dois cursos de museologia no país, o que limitava o número de pessoas com formação específica na área. Isso fazia com que outros profissionais ocupassem o espaço do museólogo. Há pontos favoráveis e desfavoráveis nessa questão. O museólogo perdeu um pouco o espaço, mas, por outro lado, houve um enriquecimento do campo de atuação, pois se tornou uma área mais interdisciplinar. Nos últimos 10 anos, as políticas federais e estaduais, bem como a mobilização da classe, atribuíram maior reconhecimento para a profissão e proporcionaram a criação do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e de 13 cursos de museologia no país, além da oferta de concursos públicos que surgiram dos últimos cinco anos para cá. Dessa forma, pretendemos suprir a carência de museólogos, demarcar territórios de atuação e consolidar a profissão. É isso que se espera a partir da saída dos alunos dos novos cursos de museologia.

Camilla — A profissão ganhou força no país com a criação da política nacional para museus? 
Marijara — Sim. Essa política foi lançada em 2003, sob a gestão do ministro da Cultura Gilberto Gil. Nesses últimos 10 anos, os avanços foram significativos. Ela é, hoje, um instrumento de gestão que norteia as ações e as políticas museológicas de todo o campo. Claro que é preciso implementá-la de uma forma mais efetiva, monitorá-la e utilizá-la de fato enquanto ferramenta de gestão. Além disso, tem o Estatuto de Museus, que está prestes a ser regulamentado. O projeto está tramitando no Congresso Nacional. Mas, repito, é preciso ainda implementar e solidificar as políticas para o fortalecimento do campo.

Camilla — Quais são os possíveis caminhos que um estudante de museologia poderá seguir após a formação?
Marijara — Como campo interdisciplinar, a museologia oferece diversas possibilidades de atuação, seja nos museus, nos cursos de museologia ou em outros espaços educativos e culturais. Se pensarmos no museu como uma instituição que se ocupa de fazer recortes do mundo, nos deparamos com uma área que atua nos campos da arte, da história, da antropologia, da filosofia, das ciências naturais e exatas e outras tantas que atendem a diversidade de temas que o museu é capaz de abranger, com ou sem acervos materiais. Temos, hoje, exemplos de museus que não trabalham no universo do tangível, como é o caso do Museu da Língua Portuguesa, do Museu do Futebol e de tantos outros que têm aberto espaços para trazer diálogos. Ou seja, o caminho pode ser traçado a partir da área de conhecimento de maior interesse. Acho que o estudante é que tem que identificar a sua área e seu campo de interesse. Outra opção é determinar quais as áreas da museologia — técnicas ou políticas — em que o profissional tem mais afinidade, como exposições, educação, conservação, gestão de acervos, administração, elaboração e planejamento de políticas públicas para o setor. Mas o museólogo também deve estar aberto para as possibilidades e inovações, que estão cada vez mais diversificadas. Ao invés de se fechar na áreas que estão estabelecidas, essa nova geração de museólogos que está por vir tem condições de inovar e até de reinventar o campo da museologia, de uma forma mais contemporânea.

Camilla—Atualmente, a museologia social está na agenda de museólogos e governantes. Qual é a origem desse pensamento?
MarijaraA museologia social tem base na ideia de museus integrais, da década de 1970, e se afirmou a partir do Movimento Internacional para uma Nova Museologia, na década de 1980. Nos últimos 10 anos, ganhou mais visibilidade no campo museal brasileiro por conta das práticas sociais em comunidades, sobretudo nas tradicionais ou economicamente desfavorecidas, que têm alguma tensão social latente e que veem na possibilidade de preservação da memória e da história local uma oportunidade de firmar suas identidades e de marcar seus espaços. O programa Pontos da Memória é um exemplo desse processo, suas ações se dão na perspectiva de garantir o direito ao protagonismo social a essas pessoas da comunidade e fazer com que elas próprias contem suas narrativas e falem na primeira pessoa. A ideia é romper coma hegemonia do museu clássico, que, emgeral, conta a história da elite branca e dos economicamente mais favorecidos. Hoje, nós já temos experiências de museologia social consolidadas no país, como é o caso do Museu de Favela, no Rio de Janeiro, que é conhecido internacionalmente. Em Brasília, temos o museu da Estrutural, que foi pensado na perspectiva de contar a história e resgatar a memória local como instrumento de luta pela permanência no espaço.

Camilla—A museologia pode, de fato, combater a desigualdade e os problemas sociais?
Marijara— O combate às desigualdades sociais é uma luta que deve permear todas as classes e categorias profissionais. Dessa forma, acho que é também responsabilidade do campo de atuação da museologia. Há quem acredite que toda museologia é — ou deveria ser — social, e que a ênfase para essa área pode desconstruir o papel social intrínseco ao museu. Eu, particularmente, gosto de pensar a museologia social como uma política de reparação, uma ação afirmativa, já que, quando é diluída como atribuição atinente dos museus, ela nunca funcionou. A maioria dos museus permanece em seus pedestais burgueses, com atividades isoladas e quase invisíveis voltadas para a educação e para inclusão social. São ações pontuais, que os museus, em geral, fazem como se fosse para garantir uma cota para a inclusão social ou para a educação, mas nunca é primordial, nunca tem visibilidade. Por isso, eu acredito que é preciso criar essas dissidências, para dar ênfases a essas práticas museais em comunidades tradicionais ou economicamente desfavorecidas e tentar subverter a ordem das coisas. 

Camilla — Em quais setores do museu o museólogo é primordial? Existe disputa entre os profissionais?
Marijara — A presença do museólogo é indispensável em todos os setores do museu e em todos os processos museais. Mas é importante que as ações sejam pensadas e desenvolvidas sempre com a participação de pessoas de outras áreas de conhecimento. É fundamental evitar o isolamento no campo museal e encarar a participação de outros profissionais como fator enriquecedor da área.

Camilla — Em Brasília, muitos museus são vinculados a instituições que não possuem o cargo demuseólogo, como tribunais e o GDF. Qual seria, nesse caso, a melhor saída para os futuros museólogos ?
Marijara — Provocar uma discussão e debater a importância de se ter profissionais museólogos nesses espaços. Segundo o cadastro nacional de museus, Brasília tem 60 instituições museológicas, entretanto, não vemos esse campo ferver em oportunidades para graduados. Acho que o que falta é essas instituições se conscientizarem da importância do papel desse profissional.


Perfis

Marijara Queiroz

Idade
36 anos

O que faz
Professora substituta do curso de museologia da UnB e servidora do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram)

O que pretende
Continuar na carreira docente, sem perder a dimensão técnica da profissão


Camilla Nyarady

Idade
18 anos

O que faz
Estudante do 2º semestre de museologia da UnB

O que pretende
Trabalhar na área de patrimônio intangível — como música e dança — ou com pesquisa de acervo, além de fazer um intercâmbio


Rio aprova lei que transforma funk em patrimônio cultural



Fonte: Baile Funk

Funk, agora, é oficialmente cultura. O ritmo foi reconhecido, na terça, 1º, como patrimônio cultural pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, informou o jornal O Globo. No mesmo dia, a Alerj revogou uma lei, criada pelo ex-deputado estadual Álvaro Lins no ano passado, que restringia a realização de bailes funk e raves do estado.

A lei do ex-chefe da Polícia Civil (preso em maio de 2008, após acusações de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, entre outras) enrijeceu outra, de oito anos antes, proposta pelo então deputado Sérgio Cabral Filho (atual governador do estado).

A votação foi considerada simbólica, uma vez que os deputados já haviam acordado em derrubar as fronteiras legais contra bailes funk, com objetivo de diminuir a discriminação contra o ritmo.

O status de patrimônio cultural foi requerido pelos deputados Marcelo Freixo (PSOL), em parceria com Paulo Melo (PMDB) e Wagner Montes (PDT). "Não tem por que calar o funk porque é som de preto e favelado que quando toca ninguém fica parado", afirmou Freixo, segundo o portal IG.

Na semana passada, uma audiência pública na Alerj contou com a presença de músicos do gênero, Fernanda Abreu, DJ Marlboro e MC Serginho (da dupla com Lacraia) entre eles.

O antropólogo Hermano Vianna, irmão de Herbert e autor de O Mundo Funk Carioca, também compareceu. "O funk precisa deixar de ser visto como caso de polícia", discursou na ocasião. "E esta lei confusa e contraditória que inviabiliza a realização de bailes nas favelas precisa ser revogada."

Fonte: Agenda Cultural São José dos Campos