terça-feira, 23 de abril de 2013

Falta de investimento em segurança ajuda em roubos de museus no Brasil Mais de 100 peças valiosas já foram roubadas. Somente 16% dos museus brasileiros possuem circuito interno de vigilância.


Fonte: Correio de Uberlândia



Um patrimônio que é de todos nós está ameaçado: mais de 100 peças valiosas já foram roubadas de museus brasileiros, onde falta de investimento em segurança.

Os envelopes chegaram pelo correio. Dentro, vinha um tesouro: fotos e documentos preciosos que mostram o Rio de Janeiro bombardeado em 1893 e a extraordinária transformação da capital do país na época. “Desde a abertura da Presidente Vargas à construção de vários túneis pela cidade nesse período”, afirma a diretora do Arquivo da Cidade, Beatriz Kushnir.
Um bilhete dizia que tudo fora comprado em leilões, mas, segundo a diretora, é material roubado do Arquivo da Cidade. Os objetos devolvidos estavam sumidos desde 2006. “Isso que chegou é uma parcela muito pequena do que desapareceu”, diz Beatriz.
O fato curioso chamou atenção para o problema que atinge muitos museus e instituições culturais do Brasil: o roubo e o furto de documentos e objetos históricos. Quadros, fotografias e imagens de santos, desapareceram em Minas Gerais, Pernambuco, São Paulo, Paraná.
Um dos roubos mais espantosos foi de quadros de Picasso, Monet e Salvador Dali, no Museu Chácara do Céu, no Rio de Janeiro, há sete anos.
O caso mais recente também aconteceu no Rio, no Museu da República: o furto da caneta de ouro cravejada de brilhantes que pertenceu ao presidente Afonso Pena. “Devia já ter estudado, devia ter visto que não existem câmeras de segurança”, afirma a museóloga Magaly Cabral.
Magaly mandou fechar o andar onde o ladrão agiu e diz que só o reabrirá se conseguir mais guardas. “Eu já fui avisada que vou poder aumentar o contrato em 25%. Vou ganhar mais 7 guardetes, e isso ajuda”, afirma.
Mais guardas apenas não resolvem. Museus como o da República também precisam de câmeras de segurança, mas enfrentam o mesmo problema: a falta de verbas.
Somente 16% dos museus brasileiros possuem circuito interno de vigilância, informa o Ibram, que reconhece a necessidade de mais investimentos para proteger o patrimônio.
“O Ibram estabeleceu um programa interno, que vai ser lançado em maio, para alertar os gestores sobre as questões mais importantes no campo dos riscos e na questão da segurança”, afirma Cícero de Almeida.
O Ministério da Cultura informou que investiu em seus principais museus, mais de R$ 20 milhões em 2012, valor 15% maior que no ano anterior.


Nenhum comentário:

Postar um comentário